origem do fado
A palavra fado vem do latim fatum, ou seja, "destino", é a mesma palavra que deu origem às palavras fada, fadario, e "correr o fado".
Uma explicação popular para a origem do fado de Lisboa remete para os cânticos dos Mouros, que permaneceram no bairro da Mouraria, na cidade de Lisboa
após a reconquista Cristã. A dolência e a melancolia, tão comuns no
Fado, teriam sido herdadas daqueles cantos. No entanto, tal explicação é
ingénua de uma perspectiva etnomusicológica. Não existem registos do
fado até ao início do século XIX, nem era conhecido no Algarve, último
reduto dos árabes em Portugal, nem na Andaluzia onde os árabes
permaneceram até aos finais do século XV.
Numa outra teoria, também não completamente provada, a origem do fado
parece despontar da imensa popularidade nos séculos XVIII e XIX da Modinha, e da sua síntese popular com outros géneros afins, como o Lundu.
No essencial, a origem do fado é ainda desconhecida, mas certo é, que
surge no rico caldo de culturas presentes em Lisboa, sendo por isso uma
canção urbana.
No entanto o fado só passou a ser conhecido depois de 1840, nas ruas de Lisboa. Nessa época só o fado do marinheiro era conhecido, e era, tal como as cantigas de levantar ferro as cantigas das fainas, ou a cantiga do degredado, cantado pelos marinheiros na proa do navio. O fado mais antigo é o fado do marinheiro, e é este fado que vai se tornar o modelo de todos os outros géneros de fado que mais tarde surgiriam como o fado corrido que surgiu a seguir e depois deste o fado da cotovia.
E com o fado surgiram os fadistas, com os seus modos característicos de
se vestirem, as suas atitudes não convencionais, desafiadoras por
vezes, que se viam em frequentes contendas com grupos rivais. Um
fadista, ou faia, de 1840 seria reconhecido pela sua maneira de trajar:
- " Usava boné de oleado com tampo largo, e pala de polimento, ou boné direito do feitio dos guardas municipais, com fita preta formando laço ao lado e pala de polimento; jaqueta de ganga ou jaqueta com alamares."
- " O seu penteado[]consistia em trazer o cabelo cortado de meia cabeça para trás, mas comprido para diante, de maneira que formasse melenas ou belezas, empastadas sobre a testa."
Na primeira metade do século XX, já em Portugal, o fado foi
adquirindo grande riqueza melódica e complexidade rítmica, tornando-se
mais literário e mais artístico. Os versos populares são substituídos
por versos elaborados e começam a ouvir-se as décimas, as quintilhas, as sextilhas, os alexandrinos e os decassílabos.
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