sexta-feira, 28 de setembro de 2012


5- nuno marques pereira (1652-1738)  

Biografia:

Muito pouco se sabe sobre a vida do padre, autor de uma obra que o livrou do olvido, e que obteve uma grande aceitação, ao seu tempo, tendo merecido sucessivas reedições, e conhecida abreviadamente como “O Peregrino da América”.

Dúvidas sobre o nascimento

Diversos autores, como José Veríssimo, dão-no como nascido provavelmente em Cairu, na Bahia, embora o médico e historiador Afrânio Peixoto acredite que seu nascimento tenha ocorrido em Portugal.
Diversas passagens de sua obra única parecem dar razão à hipótese de Peixoto, mas o pesquisador português Diogo Barbosa Machado (in: “Biblioteca Lusitana”) corrobora o nascimento na Vila de Cairu, a catorze léguas de Salvador.
Se dúvidas existem quanto ao local do nascimento, parecem confluir os pesquisadores na ideia de que sua erudição tenha sido obtida na metrópole.

Registros esparsos

As dúvidas sobre pontos obscuros da vida do Padre Nuno Marques prosseguem. O historiador Pedro Calmon assinala que teria viajado para as então chamadas “Minas de São Paulo” (atual estado de Minas Gerais) – razão primacial de sua narrativa extensa – em função de uma condenação que identificara numa carta do então Governador-Geral, Dom Rodrigo da Costa, referência a uma condenação de Nuno Marques expedida pelo Juiz de Camamu, em 1704.
A publicação do seu livro foi pelo autor solicitada ao Mestre de Campo Manuel Nunes Viana, rico minerador das Gerais que, tendo sido preso em 1725 e que fora autorizado pelo Rei ir a Lisboa, recebeu também essa incumbência.
A obra foi publicada, efetivamente, em 1728, obtendo todas as aprovações necessárias, que então se exigiam para os livros impressos.

O livro do peregrino da América

Seu título é bastante longo. Na grafia original, chamou-se:
Compendio narrativo do peregrino da america em que se tratam varios discursos Espirituaes, e moraes, com muitas advertencias, e documentos contra os abusos, que se achão introdusidos pela malicia diabolica no Estado do Brasil. Dedicado à Virgem da Vitória , emperatris do ceo, rainha do mundo, e Senhora da Piedade, Mãy de Deos
Foi publicado na “Officina de Manoel Fernandes da Costa, Impressor do Santo Officio”, na primeira edição, de 497 páginas. O sucesso desta fez com que se seguissem outras quatro, em 1731, 1752, 1760 e 1765, sendo que a segunda e a terceira obtiveram, além das licenças ordinárias, o acréscimo do “Privilégio Real”.
Um segundo volume, manuscrito, foi sendo reproduzido através de cópias, algumas delas conflitantes nas versões, sendo publicado finalmente, em edição conjunta com o primeiro, pela Academia Brasileira de Letras, no ano de 1939, intitulada de “Compêndio Narrativo do Peregrino da América”, com notas e comentários de Francisco Adolfo de Varnhagen, Leite de Vasconcelos, Afrânio Peixoto, Rodolfo Garcia e Pedro Calmon.

0 comentários:

Postar um comentário